O tão polêmico beijo gay na TV aberta, ou melhor na líder de audiência 
das emissoras brasileiras, que por sinal consegue produzir audiovisual 
nos padrões "hollywoodianos", não foi a grande vedete para aqueles que 
sentem na pele o que é o preconceito de orientação sexual.
Digo isto porque para os evangélicos com tesão homossexual recolhido, 
duas bocas que se encontraram foi o suprassumo para espumaram de ódio, 
há até alguns radicais que prometem entrar com um ação judicial contra a
 emissora! Afinal a sexualidade é algo sujo na religião cristã. Jesus 
morreu virgem, Maria se engravidou virgem, mesmo sendo casada e Eva foi 
condenada por demonstrar seu desejo de experimentar o pecado. O pecado 
passou a se chamar sexo. 
Já vimos a mesma reação das sociedades na nosso história se repetir 
várias vezes. Há 60 anos atrás um beijo heterossexual no cinema causava 
indignação. Há 50 anos atrás um beijo heterossexual de língua causava 
indignação. Há 40 anos atrás a cena de sodomia do filme "O Último Tango 
em Paris", mesmo com os atores de roupa, chocou o mundo e foi censurada.
 Marlon Brando e Maria Schneider declaram ter se arrependido de 
protagonizarem o filme. O diretor foi execrado.
Acredito que daqui a 40 anos, todos vão rir do medo do tesão 
homossexual, aquele contido em quase todos os seres, desde a sua 
existência e responsável pela homofobia. Porém, enquanto estas quatro 
décadas não passam é sempre bom mostrar um outro lado daquilo que pode 
causar escândalo a alguém; a grande vedete do último capítulo do "Amor à
 Vida" foi a redenção do pai em admitir o amor que tinha pelo filho, 
independente de ele ser gay. Quem é gay sabe que o maior obstáculo social é
 a aceitação familiar, todos querem ser amados pelos pais, seus eternos 
heróis. Todos querem ser orgulho da família pelos seus feitos éticos e 
morais, pelo seu caráter. Todos querem ser orgulhosos por serem filhos 
que trazem o amor, o respeito e a dignidade como meta de vida. Ninguém 
quer trazer preocupação aos queridos progenitores. Por isso, afirmo que a
 sexualidade de cada um não pode ser julgada como algo vinculado ao seu 
caráter, como uma escolha, como uma onda modista. De todos os estudos 
sobre o tema, acredito que a tese apresentanda pelo neurocientista 
holandês, Dick Frans Swaab, autor de We are our Brains, a 
homossexualidade estaria ligada a uma mudança na composição hormonal da 
mãe durante a gestação que incidiria na formação da orientação sexual do bebê, 
ainda no útero.
Chega de culpar quem não tem culpa de nada. Vamos enxergar o encontro de
 dois lábios como uma celebração de amor e fazer estendê-lo aos corações
 de todos.
Parabéns ao Walcyr Carrasco, Mateus Solano, Thiago Fragoso e Rede Globo. Espero estar rindo desta polêmica dentro de pouquíssimo tempo!

 
 
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